sábado, 27 de agosto de 2011


…por onde terei andado. Mas uma pessoa não pode viajar para o vazio. É impossível, porque quando conseguimos abandonar o corpo viajamos para outro lado qualquer nem que seja para estar a cinco centímetros de distância. Acho que tinha algo relacionado com o mar porque o som que recordo assemelha-se a barulho das ondas. Mas ondas pequenas, sem espuma, como se fossem a última dobra que o mar faz na areia. Suaves. Mas era quente e parecia ter tons vermelhos e dourados. Mas não queimava e o aroma tinha mais a ver com o fogo do que com o mar. Mas não havia nada a arder ou a ferver. Mas eu estava quente. Muito. Talvez fosse esse calor que me fizesse abandonar o corpo por ser algo demasiadamente…intenso e imenso para suportar fechado e limitado à minha carne. Mas eu não me vi e costumo ver-me. Até me vejo de olhos fechados, cabelos selvagens, a nuca dobrada e o corpo flectido a adivinhar uma deflagração. Mas não vi. Foi como se o meu corpo tivesse desaparecido e a minha alma existisse apenas…mas onde? É que não consigo ver mesmo por onde andei. De que cor é o firmamento? É quente? E o som? É semelhante ao som das ondas pequenas, aquelas últimas que dobram o mar sobre a areia? E é a alma que sente o prazer da carne?
…por onde terei andado. Mas uma pessoa não pode viajar para o vazio. É impossível, porque quando conseguimos abandonar o corpo viajamos para outro lado qualquer nem que seja para estar a cinco centímetros de distância. Acho que tinha algo relacionado com o mar porque o som que recordo assemelha-se a barulho das ondas. Mas ondas pequenas, sem espuma, como se fossem a última dobra que o mar faz na areia. Suaves. Mas era quente e parecia ter tons vermelhos e dourados. Mas não queimava e o aroma tinha mais a ver com o fogo do que com o mar. Mas não havia nada a arder ou a ferver. Mas eu estava quente. Muito. Talvez fosse esse calor que me fizesse abandonar o corpo por ser algo demasiadamente…intenso e imenso para suportar fechado e limitado à minha carne. Mas eu não me vi e costumo ver-me. Até me vejo de olhos fechados, cabelos selvagens, a nuca dobrada e o corpo flectido a adivinhar uma deflagração. Mas não vi. Foi como se o meu corpo tivesse desaparecido e a minha alma existisse apenas…mas onde? É que não consigo ver mesmo por onde andei. De que cor é o firmamento? É quente? E o som? É semelhante ao som das ondas pequenas, aquelas últimas que dobram o mar sobre a areia? E é a alma que sente o prazer da carne?

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