segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Caminho serena, me submetendo ao Destino que me impõe servir, ao mesmo tempo altiva, pois esse é o caminho que escolhi. Serva, escrava, cadela do meu Senhor, Master Eslam, pelo tempo que Ele quiser, aonde quer que eu esteja, sou Sua!

Às vezes meu lado baunilha aflora. Ele se manifesta como uma carência de abraço, beijo, carinho, uma sensação de estar só e desamparada. É meu lado mais frágil, onde me sinto desprotegida e insegura. Meu Master tem uma forma de lidar com isso: punição! Emburrada, contrariada, me submeto a um longo e doloroso spanking, e sou obrigada a contar em voz alta cada golpe que recebo. Não satisfeito, percebendo meu orgulho no tom de minha voz, Ele manda que eu fique nas pontas dos pés, com as mãos apoiadas na parede. Sei, nessa hora, que eu poderia desistir, ou implorar Seu perdão, para fugir à dor e à humilhação. Mas resisto, respirando fundo, sentindo a dor se espalhando e subindo pelas pernas, como se ferro em brasa fosse perfurando cada osso. Ele me observa, verificando se obedeço como devo. Dentro de mim pulsa a vergonha, mas o brio de ser Sua escrava e entender o significado da punição me dá forças, e assim permaneço, na tortura desse momento. Meu Master finalmente me manda ir para o chão, ajoelhada em contrito arrependimento, e ali repito em voz alta e clara o que sou: Sua mulher, puta, cadela, escrava e serva, sempre aos pés Dele, submissa e obediente. Ele me esbofeteia, uma, duas, três vezes, e o calor de Sua mão aquece meu rosto, incendeia meu olhar. Hoje não tem beijo, nem abraço, nem carinho... Tem o que eu mereço e preciso, o que conquisto a cada vez que rastejo em Sua direção, Sua voz me dizendo: você é minha posse, e eu te amo!

Há um ano o Senhor me fez Sua escrava. Foi uma cerimônia simples, sem fogos de artifício nem flores, sem bolo, champanhe, nem música. O Senhor apenas me disse que colocasse a coleira, na verdade um cinto no pescoço e segurasse a ponta em direção à câmera, como se o Senhor a estivesse segurando. E ali, fiz meu juramento: honrá-lo, obedecê-lo, amá-lo e pertencer-Lhe integralmente até o fim. Fiquei emocionada, sem talvez me dar conta, naquele momento, de que minha vida se transformaria para sempre, que meu destino estava sendo traçado em direção a um mundo totalmente novo, distante, misterioso.

Ser Sua escrava, servi-lo, ser o que o Senhor quiser, na hora e como quiser, deixaram de ser figuras de retórica. São minha realidade no cotidiano, na vida, em todos os lugares. É com essa verdade que vivo, e é por esse momento de estar aí novamente aos Seus pés que enfrentarei todas as dificuldades, obstáculos, contando sempre com a ajuda de Deus para que esse dia chegue logo.

Aprendi a ter paciência e a lutar, a dobrar minha impulsividade, possessividade e desconfiança. Aprendi a entregar ao Senhor, com total sinceridade, a decisão sobre o que é melhor para mim. Aprendi a confiar de novo.
Todo o tempo penso em Ti, Sedy Eslam.
Teus olhos doces me seguem
me acompanham e orientam.
Tua presença é percebida em cada gesto meu
porque ajo em constante harmonia  com tudo o que o Senhor me ensinou.

Nesse tempo em que estou longe fisicamente
Tua voz ecoa, grave, profunda, me acalma
e me mantém prisioneira, cativa do Teu desejo,
onde nada sou nem tenho, porque tudo Te dei.

Sonho e lá Tu estás,
Sinto Tuas mãos, a força dos Teus tapas,
a dor dos Teus dentes me mordendo a nuca,
o calor do Teu pau me devassando as entranhas,
e o sabor do Teu corpo, leite e mel.

Serena, entendi que minha entrega não tem limites,
Paciente, recolhida em clausura,
Aguardo o dia de estar sob Teus pés,
Teu tapete, cadela e serva,
o lugar ao qual pertenço.

Enquanto isso, use-me, Senhor, Te imploro,
Dos jeitos que queira,
brincando comigo, meu corpo todo
em fervorosa disposição
inteira e nua para Teu prazer.

Ser Teu cão, Tua cadela, Tua cachorra obediente,
Rastejando, farejando, lambendo Teus pés,
Teus sapatos e depois rolando com a barriga pra cima
Cadela oferecida, exposta, devassa,
Cadela paciente, que espera, espera e espera,
sem reclamar, solícita e servil.
Cadela safada, que Te serve com tesão,
Sempre molhada e desperta...
Cadela masoquista, que recebe a dor
como carícia, prova do Teu amor...
Cadela estúpida, resistente aos ensinamentos,
Cadela fiel, leal, guardando e honrando Teu nome..
Te peço, meu Dono, seja firme e rigoroso,
Me castigue, me oriente, me mostre Teu desejo
Brinque comigo, me use de todos os jeitos,
Extraia de mim o prazer que é Teu,
E deixe em mim a dor do Teu querer.


Hoje é mais um dia em que, longe de Ti, o tempo escorre lento, em sua gigantesca ampulheta. Acordei de um sonho em que o Senhor me submetia, chicoteando minhas carnes macias do entre coxas, lanhando a pele fina com finos riscos de sangue. Depois, me puxando os cabelos, introduzia o pau por minhas nádegas, metia fundo no meu cu já avermelhado, fodendo-me as entranhas mornas e úmidas de desejo. Virava-me para então despejar os Teus sucos em minha boca, caldo grosso de leite tanto tempo armazenado, tanto que um tanto escapava pelo canto, levando-Te a me esbofetear pela imperícia: "bebe, minha cadela!"...
Olho para o relógio, assustada por ter perdido a hora, mas hoje é domingo, é cedo ainda, fecho os olhos e volto ao Senhor, ao Teu olhar. Gosto de mergulhar nos lagos que são Teus olhos, suaves, profundos, cheios de um mistério que não decifro e que me atraem, me puxando para dentro de Ti. Já nem me lembro de exatamente o que mais me atraiu no Senhor, além do domínio e da habilidade com as palavras, mas deve ter sido o meu fascínio por Teus (meus?) abismos. Tu transbordas calma, mas como lago profundo guardas águas revoltas em correntezas e fendas onde quero mergulhar mais e mais, descobrindo em mim os segredos que não desvendo em Ti.
Sonho novamente que me amarras, processo que demora largos minutos. Não dizes palavra, mas percebo um leve sorriso iluminando-Te o rosto, enquanto o silêncio N/nos abraça. Estou ofegante, ansiosa, receosa pelo que sei que se seguirá, mas que tarda em chegar. Tua excitação é visível, apesar da tranqüilidade aparente. Pegas a mordaça e a colocas em minha boca. É apenas um ritual, porque sabes que eu não gritaria. Não perturbaria esse momento com gritos, prefiro desfrutar em quase silêncio. Mas faz parte da cena, e aumenta N/nosso desejo: o Teu de me humilhar, maltratar e mostrar quem manda, o meu de Te pertencer por inteiro, obedecendo cegamente. As chicotadas sucedem-se por todo o corpo, os vergões marcando a pele. Meus gemidos são mais de prazer que de dor, e bem o sabes.
Ainda longe do meu limite, preferes que a punição e o prazer se prolonguem no tempo. Por vezes passas as mãos pelo meu corpo, acaricias a pele marcada, o meu sexo molhado, prova inconteste do meu prazer. Colocas-me em pé, vacilante, trêmula, e deixas-me ali ficar. Observas Tua obra viva, cambaleante, desamparada, humilhada e indefesa. Empurras-me, apenas pelo prazer de me veres lutar para não cair com os pés amarrados, e já prestes a cair Tuas mãos me agarram e recolocam-me em pé, mas de cabeça baixa. Percebes quando não aguento mais, que a dor e o desconforto são insuportáveis e então sais do quarto. Deixas-me só, a sós com meu desespero, sem saber por quanto tempo nem quando voltarás. Retornas, longos minutos após, e me encontras ali, parada, esperando obediente, olhos súplices, cadela babando agradecida por Tua volta. Libertas minhas amarras, pões-me de joelhos, retiras a mordaça e concedes-me dar-Te o prazer de que mais gostas: lamber Teu pau, sugando as gotas que não controlas, escondendo-o no fundo da minha garganta aberta. Assim gozas, deliciado, beijas minha boca ainda cheia de Ti e dizes-me ao ouvido: - És a minha escrava, existes para me dar prazer. E eu sorrio-te, plena de felicidade.

Sou onde não penso... Penso onde não sou.... São frases de Jacques Lacan onde o que emerge verdadeiramente de minha essência apenas se mostra quando deixo que ela flua, sem interferências do meu pensamento racional. Meu Mestre me diz o mesmo: Não pense, cadela... Apenas sinta.. Apenas seja o que você é, intrinsecamente... minha cadela, minha puta, minha escrava.

Assim, me anulando como ser pensante, sou guiada por Ele e por Suas palavras, por Seu domínio em mim, e passo a ser um ser sensível, sentindo nas dobras, superfície, entranhas, toda a entrega de que sou capaz.

Meu Mestre é sábio... Ele percebe quando estou estou prestes a cair no abismo dos pensamentos ditos racionais, quando então me sinto mais perdida do que feliz, quando tudo o que queria era me sentir segura em Sua orientação. Ele então me traz pra perto, me ouve com atenção, deixa que eu exprima meus medos, que exponha meus fantasmas, que demonstre minha fragilidade, para então me exortar com doçura, afirmando Sua posse sobre mim, reforçando Seu domínio e controle, me acalentando e dando abrigo.

Então me dá a doce punição... A alegria de sentir o látego nas carnes, a quentura na pele gritando sob o couro do cinto, as marcas desenhadas com tinta de prazer. Sou Sua escrava, posse, cadela, Master Eslam, faça de mim como quiser...

Foram dias de uma felicidade absurda, intensa, ao mesmo tempo onde tudo parecia tão certo, tudo em seu devido lugar no tempo e no espaço. Longe, nessa terra misteriosa, minha vida foi de serviço ao Mestre todas as horas do dia e da noite. Quando Ele chegava, depois do trabalho, a casa limpa, comida pronta, roupa lavada e passada, me ajoelhava e beijava Suas mãos e pés, em respeitosa alegria. Ele me abraçava, me estapeando e beijando, sentando-se em seguida para que eu tirasse Seus sapatos e meias, beijando ainda mais Seus pés. Depois trazia-Lhe água e Ele me contava as coisas do dia, comentando sobre Seu trabalho, perguntando sobre o meu. O tempo todo meu olhar transpirava admiração, bebendo em Seu olhar as gotas de Seu domínio. Ele então me segurava pelos cabelos, com jeito firme como se segura a crina de uma égua, e me batendo repetidamente no  rosto me perguntava: quem você é... para que serve... o que você é... E eu, submissivamente, respondia em sussurros: sou Tua puta, cadela e vadia, Tua serva a Teus pés, meu Senhor.

Foi um tempo de estar junto, de entranhar na carne o cheiro Dele, de me sentir regada por dentro e alimentada com Seu licor, de ser usada e adestrada todos os dias pela força de Suas mãos, de re-aprender a deliciosa sensação do cinto estalado na anca, da mordida no seio, pescoço, braços...

A textura de Sua pele, cheiro, calor, estão definitivamente marcados em meu inconsciente de escrava, e mais ainda, Teu gosto inconfundível que para sempre trarei em mim.

Espero minuto a minuto o momento de novo estar aí...

O que para uns é vergonha, para mim, puro deleite...
O que para outros é escândalo, para mim, suave melodia...
O que para muitos é loucura, para mim, completa sanidade...
O que para tantos é nojento, para mim, imprescindível alimento...
Assim, escravizada ao Teu desejo, me despojo de orgulho e vaidade,
Lambo Teus pés, Teu corpo todo e reentrâncias,
me submetendo a tudo o que o Senhor quiser,
porque é assim que mais intensamente me anulo,
e Te faço maior do que já és.
Cadela vagabunda, puta ordinária, vadia rampeira,
estou toda em Tuas mãos..
Sou uma escrava prisioneira. Encerrada em Tua masmorra, aqui Te espero para que me tortures, uses, humilhes, fazendo de mim o que foi antes dito: uma serva a Teus pés. Não tenho para onde ir, pois não conheço ninguém, e a mim só é dado o direito de sair para comprar mantimentos, e só o que me for concedido. Uso um véu, roupas largas e compridas, desprovida das vaidades mundanas e impedida de atrair olhares masculinos. Toda minha feminilidade se esconde e só se mostra quando Tu chegas. Aí entra em cena a cadela, a desavergonhada puta, a lasciva vadia. Solícita, meu prazer é Te alegrar, cuidar de Ti, do que comes e bebes, obedecendo a cada ordem imediatamente. Submissa, lambo Teus pés, mãos, depois dos tapas e das mordidas nas tetas, em que me cravas os dentes em marcas coloridas. Mansa, Tu me abusas, me invadindo as carnes sem dó ou piedade, extraindo do meu corpo o Teu prazer merecido. Assim me realizo, por isso Te agradeço e transformo em gozo a dor que de Ti recebo.

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